quinta-feira, agosto 12, 2010

Parceiros reduzem dinheiro à Educação

O MINISTÉRIO da Educação (MINED) tem vindo a assistir nos últimos tempos e com alguma preocupação a redução de financiamento por parte dos principais parceiros de cooperação, facto que obriga o sector a repensar e conjecturar sobre possíveis alternativas de saídas que se devem adoptar para honrar com os compromissos.

Em 2009 o pelouro da Educação funcionou com cerca de 600 milhões de dólares e para este ano viu o “bolo” diminuído em cerca de 20 porcento, segundo dados revelados por Manuel Rego, director nacional de Planificação e Cooperação e porta-voz do MINED e do VI Conselho Coordenador que decorre desde ontem, na cidade de Quelimane, Zambézia.

Segundo explicou, a redução do apoio está relacionada com a crise financeira mundial, o que obrigou a reorientar-se o financiamento. Associado a isto esteve o facto de os principais parceiros de cooperação verem-se obrigados a um dado momento, a especializar-se em determinadas área para as quais canalizariam todo o financiamento. Assim, de acordo com Manuel Rego, a prioridade para os doadores tem sido a Saúde.

Contudo, segundo o porta-voz, o MINED está a trabalhar com vista a evitar grandes implicações com essa redução, fazendo de tudo para que as Metas do Desenvolvimento do Milénio e outros compromissos do sector não sejam grandemente afectados.

No seu discurso de abertura, Zeferino Martins, Ministro da Educação, sublinhara que os constrangimentos económicos que afectam todos os quadrantes do mundo apresentam-se como uma gigantesca barreira a transpor. O outro desafio resulta do crescimento explosivo que o sistema apresenta, com reflexos na qualidade de ensino que se tem vindo a ministrar, o que exige esforços adicionais, capacidades, habilidades e competências para trabalhar com turmas numerosas, multi-classes, ao relento e com a escassez de material didáctico.

Actualmente o sector conta com seis milhões de alunos e 13.434 escolas no Ensino Primário, nas quais 636.740 alunos frequentam o Ensino Secundário em 493 escolas. O mesmo crescimento é notório no Ensino Superior, presentemente com 81.250 estudantes e 38 instituições de Ensino Superior, entre públicas e privadas.

“Este quadro não deve constituir para nós motivo de triunfalismo que nos pode desviar do propósito almejado, que é o de conferir a todo cidadão moçambicano a ferramenta necessária e indispensável para o combate à pobreza, oferecendo a todo o povo uma vida digna e próspera. É imperioso reflectirmos com maturidade, com responsabilidade e ponderação nos inúmeros desafios que se agigantam ante nós, pois, muito há ainda por fazer. Um número significativo de alunos ainda não tem lugar nas nossas escolas. Isto exige de nós maior capacidade de resposta à criação de condições e meios para a construção de mais escolas, mais salas de aulas. A criação de mais escolas implica, também, indubitavelmente, o incremento do número de professores com a qualidade que se deseja ao bom entendimento dos alunos” – disse.

O conselho coordenador está a fazer a avaliação dos últimos doze meses de actividade, situação das horas extras, supervisão pedagógica, construção de salas de aulas e casas de e para professores, a situação da criança fora da escola, expansão do ensino, entre outros assuntos.

Fonte: Hélio Filimone, Maputo, Quinta-Feira, 12 de Agosto de 2010:: Notícias

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