"Eles [os mandantes e maioritariamente comerciantes somalis com estabelecimentos em Nampula] não vêm ter connosco directamente.
"Enviam alguém e fazem ofertas irrecusáveis. No meu caso ofereceram o equivalente a cerca de trezentos dólares americanos por passageiro.
É muito dinheiro!", contou em exclusivo à BBC transportador moçambicano de imigrantes ilegais.
Moçambique está a tornar-se num corredor preferencial de redes internacionais de tráfico de pessoas.
Centenas de imigrantes ilegais são todas as semanas interceptados pela polícia, mas a grande maioria, cujo destino é a Àfrica do Sul, continua a iludir as autoridades.
Entrada pela costa
No fenómerno chegam a estar envolvidos elementos da polícia moçambicana e transportadores locais.
Um deles, sob promessa de anonimato, falou à BBC, para descrever como tudo se processa.
É de Nampula - no norte do país e plataforma giratória desse negócio ilícito e altamente rentável.
E, segundo contou, o ponto de entrada dos imigrantes ilegais em Moçambique dista a cerca de 600 quilómetros daquela cidade, junto à "desprotegida e pouco vigada" costa moçambicana.
"Polícias recebem mal"
A utilização de Moçambique como corredor do tráfico de pessoas levou a que a polícia decidisse investigar o eventual envolvimento de um homem de negócios de origem somali.
Portador de passaporte britânico, o mesmo foi preso recentemente na posse de duzentos mil dólares não declarados.
Enquanto isso, semanalmente continuam a ser interceptadas pela polícia centenas de cidadãos estrangeiros, na sua maioria por sinal somalis.
O nosso entrevistado indica que esta é apenas a ponta do ‘iceberg’.
As redes de tráfico de pessoas contam com o envolvimento de elementos da polícia espalhados pelos postos de controlo ao longo das vias e que para o efeito recebem subornos.
“Os polícias são seres humanos e recebem mal. Uma vez fui apanhado mas foi só entrar em contacto com o dono da ‘mercadoria’. Pagou-se e resolvemos o assunto”, contou o entrevistado.
O destino da maioria dos imigrantes é a Àfrica do Sul “e até outros países da Europa mas via Àfrica do Sul”, referiu.
Entretanto, reagindo ao alegado envolvimento da polícia com redes de tráfico de pessoas, o porta-voz da instituição em Nampula, Inácio Dina, admite que “tem havido situações do género”, mas ressalva que “os agentes envolvidos foram detidos e vão responder em juizo”.
Fonte: Eleutério Fenita
Correspondente da BBC em Maputo - 19/01/2011
"Enviam alguém e fazem ofertas irrecusáveis. No meu caso ofereceram o equivalente a cerca de trezentos dólares americanos por passageiro.
É muito dinheiro!", contou em exclusivo à BBC transportador moçambicano de imigrantes ilegais.
Moçambique está a tornar-se num corredor preferencial de redes internacionais de tráfico de pessoas.
Centenas de imigrantes ilegais são todas as semanas interceptados pela polícia, mas a grande maioria, cujo destino é a Àfrica do Sul, continua a iludir as autoridades.
Entrada pela costa
No fenómerno chegam a estar envolvidos elementos da polícia moçambicana e transportadores locais.
Um deles, sob promessa de anonimato, falou à BBC, para descrever como tudo se processa.
É de Nampula - no norte do país e plataforma giratória desse negócio ilícito e altamente rentável.
E, segundo contou, o ponto de entrada dos imigrantes ilegais em Moçambique dista a cerca de 600 quilómetros daquela cidade, junto à "desprotegida e pouco vigada" costa moçambicana.
"Polícias recebem mal"
A utilização de Moçambique como corredor do tráfico de pessoas levou a que a polícia decidisse investigar o eventual envolvimento de um homem de negócios de origem somali.
Portador de passaporte britânico, o mesmo foi preso recentemente na posse de duzentos mil dólares não declarados.
Enquanto isso, semanalmente continuam a ser interceptadas pela polícia centenas de cidadãos estrangeiros, na sua maioria por sinal somalis.
O nosso entrevistado indica que esta é apenas a ponta do ‘iceberg’.
As redes de tráfico de pessoas contam com o envolvimento de elementos da polícia espalhados pelos postos de controlo ao longo das vias e que para o efeito recebem subornos.
“Os polícias são seres humanos e recebem mal. Uma vez fui apanhado mas foi só entrar em contacto com o dono da ‘mercadoria’. Pagou-se e resolvemos o assunto”, contou o entrevistado.
O destino da maioria dos imigrantes é a Àfrica do Sul “e até outros países da Europa mas via Àfrica do Sul”, referiu.
Entretanto, reagindo ao alegado envolvimento da polícia com redes de tráfico de pessoas, o porta-voz da instituição em Nampula, Inácio Dina, admite que “tem havido situações do género”, mas ressalva que “os agentes envolvidos foram detidos e vão responder em juizo”.
Fonte: Eleutério Fenita
Correspondente da BBC em Maputo - 19/01/2011
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