Economia Social

1.Introdução `a Economia
....................................................................................................................................

Ao iniciar uma Ciencia é óbvio que se comece pelos conceitos básicos e, essencialmente definindo-a, ponto de partida para a contextualização e melhor compreensão da mesma.

Todos os dias tomamos decisões económicas; algumas menores, mas importantes para nós, outras maiores, que afectam a sociedade, o país e, ou até o Mundo.

É importante ter presente que a Economia está ligada ao essencial da vida de cada um. Cada pessoa depende dos outros, do funcionamento da Economia para a maior parte das coisas: Alimentação, vestuário, Informação, entre outros. Somos incapazes de produzir as coisas mais básicas: Um pão, um fósforo, uma lâmpada, um par de calças, um motor de automóvel. Foi a compreensão desta ideia que deu início à Teoria Económica; Descrição notável na obra do Pai da Economia, Adam Smith (1723-1790) - “A Riqueza das Nações”.

1.1.Noção de Economia
1.1.1.Nota Histórica
A Economia provem do Grego “Oikos” que significa casa e “nomos” que significa leis.

A Economia ou Ciência Económica, tem vindo a evoluir, verificando-se quatro (4) fases distintas a saber:
1ª . Dos primórdios ate 1750 (Pré-científica)
o Pensamento Medieval subordinava-se `a Filosofia, Política Oriental e pela Moral Crista. Nesta Época os assuntos económicos nao eram sintetizados.. Ex. William Pethy com sua obra política “Erithmetic” de 1682.

2ª . Criação Cientifica da Economia (1750/ 1850)
Nesta fase, os Homens baseavam-se em providências Divinas para a felicidade dos próprios Homens. Existiu nesta época (fase) Karl Marx, com a sua obra “ Capital” e Adam Smith, com a sua obra” A riqueza das Nações”.

3ª . Elaboração das Primeiras Teorias Fundamentais (1870/ 1929)
É a época do neoclassicismo, o homem entregou-se `a teoria da utilidade marginal, fundada por Karl Menger.

4ª . De 1929 até aos nossos dias
Após a 2ª guerra Mundial, os países industrializados sofreram elevados níveis de desemprego. Esta crise inicia na bolsa de valores de Nova Iorque em 1929. A revolução keynesiana contribuiu para a Economia: Programa de acção governamental para a produção do Pleno Emprego.

1.1.2.Objecto da Economia
Produção;
Distribuição;
Troca;
Consumo (Procura) – Satisfação das necessidades.

1.1.3.Métodos da Economia
Indução;
 Dedução;
Observação Sistemática: Realidade Social (Elementos, Pocessos, fenómenos) e Concretização progressiva;
Análise Normativa (Economia Normativa);
Análise Positiva (Economia Positiva).

Quando se raciocina sobre questões económicas, devemos distinguir as questões de facto (Economia Positiva) das questões de juízo de valor (Economia Normativa).

Economia Positiva (Economia Política) – descreve os factos de uma Economia. Trata de questões do seguinte tipo, que podem ser resolvidas com recurso `a analise e aos dados empíricos:
Porque razão os médicos ganham mais do que os porteiros?
O comércio livre faz aumentar ou diminuir os salários da maior parte dos moçambicanos?
Qual é o impacto Económico do aumento dos impostos?

Economia Normativa (Doutrina Económica) – envolve juízos de valor. Envolve preceitos éticos e juízos de valor; cujas questões podem ser resolvidas, nao apenas pela analise Económica, mas também, através do debate e decisões políticas:
Deve ser exigido aos pobres que trabalhem para que possam receber ajuda do Governo?
Deve o desemprego aumentar para assegurar que a inflação (subida do nível geral dos preços), não acelere?
 Deve a África do Sul penalizar Moçambique devido a pirataria de livros e CDs sul-africanos?

1.1.4.Interdisciplinaridade
Relação da Economia com as outras Ciências
Existe uma Interdisciplinaridade, entre a Ciência Económica e outras ciências no seguinte:
Com Métodos Quantitativos (Matemática e Estatística) – pela sua dimensão especial, que permite abordaa a Ciência Económica;
Com a Econometria – Ramo da Ciência Económica que utiliza os métodos estatisticos para calcular e estimar relacoes economicas quantitativas;
Com a História – no que diz respeito a evolução da própria Economia. Os dados históricos permitem fazer uma avaliação sobre a evolução da Ciência Económica;
Com a Geografia – no que diz respeito a localização dos pólos de desenvolvimento económico;
 Com o Direito – no que diz respeito a regulamentação do desempenho da actividade económica;
Com a Política – no que diz respeito a estabilidade e segurança;
Com o Meio-Ambiente – no que diz respeito `a contingência económica. Relação com a envolvente ambiental (input e output). O Meio-Ambiente cria facilidades para o conhecimento das condições ecológicas para o melhor desenvolvimento das actividades económicas;
Com a Estatística – no levantamento e analise de dados;
Com a Sociologia e Antropologia – no que diz respeito `a Viabilidade na distribuição dos bens, segundo a cultura de cada região.

1.1.5.Conceito de Economia
Economia – significa produção, troca, circulação e consumo de bens. E a Ciência do desenvolvimento e da distribuição da riqueza.

 Economia – é produção de bens, circulação e redistribuição da riqueza.

 Economia – é uma ciência e uma arte, simultaneamente.

Economia – é uma ciência Social, porque está ao serviço do Homem, estudando o seu comportamento.

Rossetti – Economia é um ramo do conhecimento essencialmente voltado para melhorar a administração do Estado, sob o objectivo principal promover o seu fortalecimento.

John Maynard keynes (1883-1946) – Economia é uma ciência Social, que estuda a sociedade como aloca recursos escassos e alternativas para as suas necessidades ilimitadas ao longo do tempo.

Segundo Samuelson (1999), Economia “é a Ciência que estuda a forma como as sociedades utilizam recursos escassos para produzir bens com valor, e de como os distribuem entre os vários indivíduos” .

1.1.6.Corrolário:
Do conceito de Samuelson, em epígrafe, aparecem e se destacam três (3) conceitos essenciais em Economia: Os Bens, os recursos e as necessidades.
 Bem – é algo que satisfaz uma necessidade humana. Ex. Pão, roupa, Chapa de zinco, uma aula de Economia, um concerto, o ar, uma conversa com um amigo, entre outros.
 Recursos – são meios pecuniários de vida, os quais se lança a mão para alcançar um fim. Estes podem ser materiais ou físicos, financeiros, humanos, mercadológicos e administrativos.
 Necessidade (Conceito) – segundo o Dicionário de Marketing, é algo não criado pelo Homem; é o desejo de dispor de um meio (bem ou serviço) de acabar ou diminuir uma sensação desagradável ou aumentar uma sensação agradável.

1.1.7.Ramos ou Tipos de Economia
A Economia divide-se em dois grandes ramos a saber:
A Microeconomia – Fundada por Adam Smith (1723-1790) , é o ramo da Economia que actualmente se dedica ao estudo do comportamento de entidades individuais, como mercados, empresas e as famílias; ou seja, trata das questões económicas de forma particularizada. Ex.: o comportamento dos mercados, do consumidor, do pequeno produtor, pequeno empresário, evolução dos preços na Padaria Minhota, entre outros.

A Macroeconomia – Fundada por John Maynard Keynes , tem a ver com o desempenho global da Economia; Estuda a economia como um todo. Ex. Economia de um Estado, País, Continente; ou seja, trata a Economia de maneira generalizada. Ex.: O desemprego em Moçambique.

Estas duas economias convergem para formar a Ciência Económica Moderna.


1.1.8.A Satisfação das Necessidades como fim da Economia
A finalidade da Economia é o estudo da satisfação das necessidades humanas através dos bens.

Entre as relações primárias dos homens com as coisas, tem a necessidade em primeiro lugar, visto ser nela que todas outras radicam. É a necessidade que leva o Homem a voltar-se para as coisas. E, se as coisas se referem ao Homem, é ainda em ordem `a satisfação das suas necessidades. Tal é o ponto de partida da Vida Económica.

Embora, de per si, não seja uma realidade económica, a necessidade é o motor não só de toda a actividade económica do Homem, mas também das diversas relações sociais que nela engarfam.
Em virtude da sua posição privilegiada, a necessidade é, em certo sentido, a medida de toda a Vida Económica.

“ A satisfação das necessidades é a verdadeira medida da Vida Económica e um bom critério para julgar as instituições económicas e as diversas relações sociais integradas na Economia”.

Necessidades Humanas – são estados de carência percebida, que causam algum desconforto ou sensação de falta .


Classificação das Necessidades
Necessidade
Primárias
Ar,(Fisiológicas) Agua, Alimentar, Sexo, defecar, lactação, entre outras
Necessidades
Secundárias
(Psicológicas) Adquirir, conservar, ordenar e reter objectos
Superioridade, sucesso, reconhecimento, hesitação
Aversão ao falhanço e humilhação, imunidade `a critica, resistência `a culpa, retaliação
Domínio dos outros, deferência para com os outros, autonomia, originalidade
Sadismo, masoquismo
 Filiação, rejeição, paternalismo, proteccionismo, divertimento

Pirâmide de Necessidades de Maslow
De acordo com a Teoria de Maslow , existe uma hierarquia entre estas necessidades. As necessidades que estão situadas a um nível mais baixo na hierarquia (fisiológicas ou primarias) devem ser satisfeitas antes do indivíduo voltar a sua atenção para as necessidades colocadas a um nível superior.
Fonte - Kotler, Philip(2000)// Princípios de Marketing


Características das Necessidades:
Independentemente dos tempos e lugares, o Homem debate-se com uma realidade comum: as necessidades são multiplas, gerais e ilimitadas e os recursos naturais disponíveis, pelo contrário, mostram-se insuficientes.


1.1.9.Tipos de Bens e sua Classificação
Os bens classificam-se em:
Directos – satisfazem directamente as necessidades. Ex. Sapatos;
Indirectos – se empregam na produção (matérias-primas, matérias Subsidiarias);
Duradoiros e;
 Consumíveis (não duradoiros).


Os seus diferentes tipos sao:
1. Bem Económico – Bem que é escasso relativamente à quantidade total da respectiva procura; deve portanto, ser racionado, habitualmente através da fixação de um preço positivo. São bens escassos, em pequenas quantidades ou raros;
2. Bem Final – Bem que é produzido para uso final e não para revenda ou transformação posterior (Diferente de Bens Intermédios);
3. Bem Inferior – Bem Cujo consumo diminui quando o rendimento aumenta;
4. Bem Privado – Ex. O pão que quando é consumido por uma pessoa não pode ser consumido por outra;
5. Bem Público – Bem cujos benefícios são usufruídos por toda a comunidade de modo indivisível, independentemente da vontade de um qualquer indivíduo quer queira ou não, consumir o bem público. Ex. Uma medida de Saúde pública que erradicasse a varíola protegeria à todos, e não apenas aqueles que pagassem as vacinas; A pulverização, uma ponte, entre outros;
6. Bens Complementares (Concorrentes) – Dois bens que se apresentam indissociáveis aos olhos dos consumidores. Ex. O automóvel e os pneus;
7. Bens Substitutos (Sucedâneos) – Bens que concorrem entre si. Ex. As luvas normais e as sem dedos; A margarina e a manteiga, o açúcar branco e o açúcar castanho;
8. Bens independentes – Bens cujas procuras são relativamente autónomas. Mais precisamente, os bens A e B são independentes quando uma variação no preço do bem A não tem qualquer efeito na quantidade procurada do bem B, mantendo o resto constante;
9. Bens Intermédios – bens que já sofreram alguma transformação ou algum processo, mas que ainda não atingiram o nível de produtos finais. Ex. O aço, O fio de algodão, A farinha de trigo, entre outros;
10. Bens Livres – Bens que não são económicos. Ex. O ar, A água do mar, que existem em tão grandes quantidades que não necessitam de ser racionados entre os que deles desejam usufruir. Portanto, o respectivo preço é nulo;
11. Bem normal – bem cujo consumo aumenta quando o rendimento aumenta;
12. Bem superior – Bem que aumenta sua importância nas despesas do consumidor, quando o rendimento sobe;
13. Bens de Serviços – São prestações dos homens que se destinam a satisfação das nossas necessidades com o auxilio ou não do bem material.


1.1.10.Principais Falácias (Sofismas) ou Fontes de erro no Raciocínio Económico

Observacoes Metodologicas:
 Falácia de Post hoc – tem a ver com a dedução da causalidade, ocorre quando, pelo facto de um acontecimento ocorrer antes de um outro, se admite que o primeiro acontecimento é a causa do segundo; ou seja, relação causa-efeito e não o contrário.

 Cetteris paribus (Falha em Manter o resto Constante) – é uma condição económica. Quando estiver a analisar o impacto de uma variável sobre o sistema económico, lembre-se sempre de manter o resto constante.

 Falácia de Composição – sao generalizacoes, tem a ver com o todo e as partes. Quando se admite que é verdadeiro para a parte, é também verdadeiro para o todo, está-se a cair na falácia de composição. Ex: Se um único indivíduo receber uma grande quantidade de dinheiro, ficará mais rico. Se todos receberem uma grande quantidade de dinheiro, a sociedade provavelmente empobrecerá.

 Objectividade e Subjectividade – sendo a Economia uma Ciência que não pode ser testada em laboratório, suas soluções são gerais e não específicas.
1.1.11.Os Agentes Económicos
Os principais agentes económicos são os que se apresentam no esquema abaixo; O Circuito Económico, que mostra a relação entre os agentes económicos.

1.1.12.Os Três (3) Problemas Económicos
Qualquer Sociedade humana, tem de se confrontar com e resolver três problemas Económicos fundamentais. Qualquer Sociedade tem de ter um modo para determinar que bens são produzidos, como são produzidos esses bens e para quem são produzidos.

Os três problemas da organização económica são:
O quê produzir?
Como produzir? e;
Para quem produzir?

1o O quê produzir? – Que bens devem ser produzidos e, em que quantidades e qualidade?
A Sociedade tem de decidir quanto deve produzir de cada um dos inúmeros bens e serviços possíveis e quando é que eles deverão ser produzidos. Ex. Produzimos armas ou arroz? Mais milho ou mais feijão?

2o Como produzir? – Como devem os bens ser produzidos?
A Sociedade tem de determinar quem fará a produção, com que recursos e de que forma tecnológica? Quem cultiva a terra e quem ensina? Deverá a electricidade ser obtida a partir do petróleo, do carvão ou da energia solar?

3o Para quem produzir? – Para quem são os bens produzidos?
Quem usufruirá dos frutos do esforço económico? Como é repartido o produto nacional entre as diferentes famílias? Existem muitos pobres e poucos ricos? Devem os maiores rendimentos pertencer aos gestores, aos atletas, aos trabalhadores ou aos proprietários da terra? Deve a sociedade proporcionar aos pobres um mínimo de consumo ou devem eles trabalhar se quiserem sobreviver ? .


1.13.Formas de Organização Económica ou Sistemas Económicos
A forma como as economias dão resposta a estas questões, que se prende em primeira análise, com o Papel do Estado no funcionamento da Economia, permite distinguir os diferentes tipos teóricos de organização e funcionamento da economia da Sociedade.
Na tentativa de responder às três (3) questões económicas, ao longo do tempo, foi possível identificar, as seguintes formas de organização Económica:

Antigamente:
Sistema Comunitário Primitivo – colectivismo da comunidade primitiva oriental: surgimento das comunidades de caçadores e recolectores;
Sistema Esclavagista – Esclavagismo Romano;
Sistema Feudal – Feudalismo da Idade Média: surgimento da Agricultura e Pastorícia.

Actualmente :
1. Sistema Capitalista - Economias de Mercado (Modelo Puro)

Uma Economia de Mercado é aquela em que os indivíduos e as empresas privadas tomam as decisões mais importantes acercada produção e do consumo. Um sistema de preços, de mercado, de lucros e prejuízos, de incentivos e recompensas determina o quê, como e para quem. As empresas produzem as mercadorias que geram os maiores lucros (O quê), com técnicas de produção que são as menos dispendiosas (Como). O consumo é determinado pelas decisões individuais sobre como despender os salários e os rendimentos do património gerados pelo trabalho e pela propriedade esse património (Para quem). O caso extremo de uma Economia de Mercado em que o governo se exime de tomar decisões económicas é designado por “Economia de Laissez – faire “.

2. Sistema Socialista - Economias de direcção Central (Modelo Puro)

Uma Economia de Direcção Central, é aquela em que o governo toma todas as decisões importantes acerca da produção e da repartição. Numa Economia de Direcção Central, o governo possui a maior parte dos meios de produção (Terra e capital); também possui e dirige a actividade das empresas na maior parte dos ramos de actividade, decidindo também, como a produção da sociedade deve ser dividida pelos diversos bens e serviços. Portanto, o governo dá resposta à maior parte das questões económicas através da posse de recursos e do seu poder de impor as decisões. Ex. Cuba; Moçambique até 1990.
3. Economias Mistas
Todas as sociedades são Economias Mistas. Nenhuma Sociedade contemporânea se encaixa completamente numa destas categorias extremas. As Economias Mistas são o resultado de insuficiências dos modelos puros. Os condicionalismos económicos e sociais, e as circunstâncias históricas de cada país, vão determinar uma organização da actividade económica, que não se integrando em nenhuma das formas “puras” de Economia, assume uma posição ecléctica, constituindo uma adaptação de uma e de outra. Sendo assim, nessas economias, verificas por um lado, a intervenção progressiva do Estado (Estado intervencionista ou Providência) na Economia de Mercado e, por outro lado, um esforço de descentralização na Economia de Direcção Central. Ex. A China e Economias do leste da Europa.

O que distingue o funcionamento das economias são:
A finalidade da actividade económica;
As formas de propriedade privada dos meios de produção e de repartição do rendimento; e
O mecanismo regulador da actividade económica.

Resumo:
A Determinação dos Preços
Economias de Mercado Economias de Direcção Central
Mecanismo de Mercado Objectivos definidos pelo organismo central de planeamento
Preços definidos depois da produção;
 Reflectem mais fielmente as intenções de produtores e consumidores;
Preços Preços definidos antes da produção;económicos.
Reflectem o carácter social destes;
Preços políticos.
Características das Economias
Economias de Mercado Economias de Direcção Central
Propriedade privada dos meios de produção;
Existência da livre iniciativa na actividade económica;
O poder público não intervém directamente na Economia;
A organização da actividade económica depende do mercado e da iniciativa privada, sendo os empresários que procedem à combinação dos factores produtivos. Propriedade colectiva dos meios de produção;
Subordinação da actividade económica a um plano global;
O poder público desempenha um papel determinante na organização e funcionamento da Economia;
A organização da actividade económica depende de um plano conjunto, onde se programa a combinação dos factores de produção.
Quadro 1-Fonte: Introdução à Economia ,11o Ano, Manuela Góis.

Vantagens e Desvantagens das
Economias de Mercado (Capitalismo) e de Direcção Central (Socialismo)
Vantagens/Desvantagens Capitalismo Socialismo
Livre iniciativa.Vantagens
Incentivos para o progresso.
Autoregulação.
 Concorrência(oferta e procura).  Emprego.
Consideração humana.
Remuneração justa.
Educação, saúde, gratuitas.
Distribuição não equitativa.Desvantagens
Desemprego
 Plena intervenção do Estado.Propriedade privada dos meios de produção.
 Bloqueio da iniciativa.
Limitação da produção
Desperdício de recursos escassos.
Quadro 2-Fonte: Introdução à Economia ,11o Ano, Manuela Góis.


1.2.Premissas Para a Produção de Bens e Serviços

A produção de bens e serviços é a base da Vida da Sociedade (Cf.Infra) e esta depende essencialmente, da existência (abundância) ou “inexistência” (escassez) dos factores produtivos.

1.2.1.Factores Produtivos
Para responder as três (3) questões económicas, qualquer sociedade tem de escolher os factores de produção (Inputs) e as produções (Output).

Factores Produtivos - São bens ou serviços utilizados para produzir outros bens e serviços. Uma Economia usa a tecnologia existente para conjugar os factores de produção, a fim de gerar as produções.

Factores Produtivos - São elementos produtivos como o trabalho, a terra e o capital e os recursos necessários à produção de bens e serviços; também designados por “inputs”.

As Produções são vários bens ou serviços úteis que resultam do processo de produção e que tanto podem ser consumidos como utilizados numa produção posterior. Por exemplo, na produção de uma Piza, dizemos que a farinha, o sal, o calor, o forno e o trabalho qualificado do cozinheiro são factores produtivos. A piza apetitosa é a produção. Na Educação, os factores produtivos são o tempo de leccionação, os laboratórios e as salas de aulas, os livros, entre outros; enquanto que as produções são cidadãos educados e informados.

Os Factores Produtivos, também designados por inputs, podem ser classificados em três grandes categorias mais uma: Terra, Trabalho e Capital.

A TERRA
A terra ou mais genericamente, os recursos naturais, representa o que os nossos processos produtivos recebem da Natureza. Este factor produtivo, é constituído pela terra utilizada na Agricultura ou na implantação de habitação, fábricas e estradas, pelos energéticos para os nossos automóveis e para aquecer as nossas habitações, e pelos recursos não energéticos, tais como minérios de Cobre, de Ferro ou areia. No congestionado Mundo actual, devemos alargar o âmbito dos recursos naturais para incluir os nossos recursos ambientais, tais como o ar puro e a água potável;

O TRABALHO (Físico ou Manual, Intelectual ou Mental)
O Trabalho consiste no tempo de trabalho humano despendido na produção: a trabalhar nas fábricas de automóveis; a lavrar a terra; a cozinhar. Milhares de ocupações e tarefas, a todos os níveis de competência, são desempenhadas pelo trabalho. É ao mesmo tempo, o factor de produção mais comum e o mais crucial para uma Economia Industrial avançada;

O CAPITAL
O capital é formado pelos bens duráveis de uma Economia, produzidos com vista a produzirem outros bens. Os bens de capital incluem máquinas, estradas, computadores, martelos, camiões, altos-fornos, automóveis, máquinas de lavar e edifícios .


Exemplos:
Capital Financeiro – Dinheiro, acções, entre outros;
Capital Humano – o acervo de conhecimento e perícia, técnicos incorporados na força de trabalho de um país, em resultado de investimentos na Educação Formal e na formação Profissional;

NB: No actual mundo em elevado crescimento científico e tecnológico, o Tempo e o Poder da Informação, entram na ordem dos factores produtivos:

O TEMPO
A produção exige não só trabalho, terra e capital, mas também o tempo; isso porque, os oleodutos não podem ser construídos numa madrugada e uma vez construídos funcionam durante décadas. As propinas não são aumentadas de qualquer maneira, entre outros.
Para ter em conta o papel do tempo na produção, distinguimos três(3) principais períodos de tempo:

O curto prazo – período no qual, as empresas podem ajustar a produção à alteração dos factores variáveis, tais como matérias-primas e trabalho, mas em que não podem alterar os factores fixos, como o capital;
O Médio prazo – periodo intermedio;
O longo prazo – como um período suficientemente longo, para que todos os factores, incluindo o capital, possam ser ajustados.

Destes resulta a seguinte escala de tempo:
O Muito Curto Prazo – Menos de um (1) ano;
O Curto prazo – um (1) ano;
O Médio prazo – Entre um (1) a cinco (5) anos;
O longo prazo – Mais de cinco (5) anos;
O Muito Longo prazo – Sem tempo determinado (Gerações, ...)

O PODER DE INFORMAÇÃO
Informação – é um bem diferente dos outros. Sua prudução requer custos elevadíssimos (Explícitos e implícitos), o que é mais barato reproduzí-la, pois o mercado da informação está sujeito `a falhas determinantes.
“ Se me der uma ratoeira, possuirei o mundo”
“Cidadão informado vale por dois”


1.2.2.Rendimentos (Remuneração) dos Factores Produtivos
A aplicação de um factor de produção tem uma remuneração específica, dependendo do tipo de factor;

Factor Produtivo Rendimento ou Remuneração
Terra Renda
Trabalho Salário
Capital Juro ou Lucro
Nota: Aluguer( Penhora) para bens móveis, é diferente de Renda (Hipoteca) para bens imóveis.

A aplicação de um factor de produção determina o tipo de Técnica que está sendo aplicada numa determinada empresa ou em um processo produtivo ;

Aplicar Mais Trabalho Técnica de Trabalho Intensivo
Capital Técnica de Capital Intensivo



1.2.3.A FPP
A Fronteira das Possibilidades de Produção (FPP) - Representa as quantidades máximas de produção que podem ser obtidas em uma Economia, dados ao seu conhecimento tecnológico e a quantidade de factores de produção disponíveis. A FPP representa a lista de escolhas de bens e serviços disponíveis para a sociedade.

A FPP é o lugar geométrico que mostra ou faz comparações de produções, uso Eficiente dos recursos e do tempo.

As sociedades não podem ter tudo o que desejam. Estão limitadas pelos recursos e a tecnologia disponíveis. Normalmente, a escolha é reduzida a dois bens. Os pontos fora da FPP não podem ser alcançados ( São impraticáveis ou inatingíveis). Os pontos no interior são ineficientes, porque os recursos não estão sendo usados adequadamente ou porque estão sendo utilizadas técnicas de produção obsoletas .

Ex.: As possibilidades de produção alternativas
Possibilidades Manteiga (caixas) Automóveis (Milhões)
A 0 15
B 1 14
C 2 12
D 3 9
E 4 5
F 6 0

Nota: O crescimento Económico, faz deslocar a FPP para fora e vive-versa.




Características da FPP
Dependendo do caso em análise, a FPP pode ser: Concava, Convexa ou linear.

1.2.4.Custo de Oportunidade (C.O.)
A vida está repleta de escolhas, dados que os recursos são escassos, temos de pensar constantemente o que fazer, com o tempo e o rendimento limitados que possuímos. Quando se decide se vai estudar Economia, comprar um automóvel ou ir para a Universidade, em qualquer dos casos uma pessoa deve ponderar qual o custo da decisão em termos de oportunidades perdidas.

O custo da alternativa perdida é o Custo de oportunidade da decisão, é a perda pelo ganho. É o valor do bem ou serviço, de que se prescinde.
C.O. = Perda/ganho.

Alternativas de decisão:
Se C.O.>1: Melhor é desistir na escolha;
Se C.O.=1: É Indiferente;
Se C.O.<1:>

1.3.O Mercado
A Economia baseia-se na troca. Na verdade, se cada um de nós tivesse de produzir tudo o que precisa e consome, da comida aos talheres, dos transportes ao mobiliário, não lhe seria possível possuir um décimo do que consome. Portanto, o mercado aparece neste mesmo circuito.
1.3.1.O que é o Mercado?
(Conceito) Mercado, Segundo Neves, “é o arranjo (praça, telefone, leilão, bolsa, entre outros), pelo qual, compradores e vendedores de um bem interagem para determinar o preço e a quantidade transaccionada”.
Segundo Samuelson, “um mercado é um mecanismo pelo qual, compradores e vendedores se confrontam para determinar o preço e a quantidade de um bem ou de um serviço”.
O centro do mercado é o preço. Os preços coordenam as decisões dos produtores e dos consumidores em um mercado. Mexer nos preços é perturbar o essencial do mercado; preços mais elevados tendem a reduzir as compras dos consumidores e a estimular a produção. Preços mais baixos estimulam o consumo e retraem a produção; portanto, os preços são o pêndulo do mecanismo de mercado.
O truque centrado nos preços reside nos incentivos. Se os consumidores querem mais de um bem, lutam por ele, oferecendo mais dinheiro pelo mesmo bem, subindo o preço. Os vendedores, perante a subida do benefício retirado da venda do produto, são incentivados a aumentar a produção e, a preço mais alto, menos consumidores o querem, Obrigando a baixar o preço. Não há necessidade de um mandão que dê ordens aos produtores ou compradores.
O mecanismo automático, a “mão-invisível”, fá-lo. Mas, o mercado pode perpetrar situações de pobreza e opulência, se estas já se verificaram devido a dados políticos, cultural, sociais, entre outros. Portanto, o segredo do mercado é a concorrência, entre os vários agentes do mercado, consumidores, produtores, trabalhadores e capitalistas, na busca de imporem os seus desejos, produtos, serviços em diante.
1.3.2.Tipos de Mercado
1. Mercado Cambial – mercado em que se negociam divisas de diferentes países; E, em que as taxas de câmbio são determinadas. Ex. Casa de Câmbios.
2. Mercado Eficiente - Mercado em que toda a informação nova, é rapidamente a percebida pelos participantes no mercado e imediatamente incorporada nos preços de mercado;
3. Mercado em Equilíbrio – Mercado no qual, os preços são suficientemente flexíveis para equilibrar, muito rapidamente a oferta e procura;
4. Mercado Monetário – Conjunto de instituições que operam na compra e na venda de instrumentos de crédito de curto prazo, tais como, os títulos de tesouro e o papel comercial; ou mercado da oferta e procura de moeda;
5. Mercado de Capitais – Mercados em que são negociados os recursos financeiros (dinheiro, obrigações, acções); juntamente com intermediários financeiros, são instituições através das quais a poupança na Economia é transferida para os investidores;
6. Mercado de Factores – é o mercado da procura e oferta da terra, do trabalho e do capital;
7. Mercado de Acções – é um lugar onde as acções das sociedades detidas pelo público, os títulos das empresas, são comprados e vendidos. Ex. Bolsa de Valores.
8. Mercado de produtos – mercado de todos os bens e serviços que são produzidos;
9. Mercado Formal – Aquele que tem o controlo do governo;
10. Mercado informal – Onde não se verifica a acção governamental e inclui outras formas como é o caso do mercado negro (sujo).
1.3.3.Elementos da Oferta e Procura
Depois de toda análise preliminar, vamos dedicar o nosso estudo, ao instrumento mais utilizado pela Economia, para estudar o seu funcionamento. Trata-se de um gráfico que Alfred Marshal vulgarizou- é a cruz marshalliana , onde se cruzam duas curvas: A curva da procura e a curva da oferta. A ferramenta essencial para compreender os movimentos dos preços e das quantidades nos mercados específicos é chamada “Análise da oferta e da procura “.
A Procura
A curva de procura ou função procura, é a representação dos compradores; é a relação entre o preço e a quantidade comprada, mantendo-se o resto constante.
Ex. Função Procura de milho Preço por caixa Quantidade procurada (em milhões de caixas por ano) A 5 9 B 4 10 C 3 12 D 2 15 E 1 20
Lei da procura com inclinação negativa: Quando o preço de uma mercadoria aumenta ( mantendo-se o resto constante), os compradores tendem a consumir uma menor quantidade dessa mercadoria. De forma similar, quando o preço baixa (mantendo-se o resto constante), aumenta a quantidade procurada; isto devido aos Efeitos Substituição e Rendimento. Essa procura é individual, quer dizer, minha , tua, dele(a).
A procura de mercado, representa a soma de todas as procuras individuais. a curva de procura de mercado é calculada, para cada preço, pela soma das quantidades procuradas por todos os indivíduos; é o observável na realidade e, esta obedecerá à lei da procura com inclinação negativa.
Determinantes da curva da procura :
1. Rendimento Médio: Com o aumento do rendimento, as pessoas compram mais automóveis;
2. População: o crescimento da população gera o aumento das compras de automóveis;
3. Preços de bens relacionados: preços mais baixos de gasolina aumentam a procura de automóveis;
4. Gostos: Ter um carro novo tornou-se símbolo de posição social;
5. Influências Específicas: nas influências especificas incluem-se, a disponibilidade de formas alternativas de transporte, a segurança dos automóveis, a expectativa em relação a aumentos futuros de preços, entre outros.
Nota: As determinantes da curva da procura provocam um deslocamento da mesma, o preço é o único elemento que provoca o movimento ao longo da curva da procura;(Lembrar Elasticidade).
A Oferta
A curva da oferta ou função oferta é a representação dos vendedores; mostra a relação entre o preço de mercado de um bem e a quantidade dessa mercadoria que os produtores estão dispostos a produzir e a vender, mantendo o resto constante.
Ex. Função oferta de milho, Preço por caixa Quantidade oferecida (em milhões de caixas por ano) A 5 18 B 4 16 C 3 12 D 2 7 E 1 0
A curva da oferta apresenta inclinação ascendente - positiva, devido a Lei dos rendimentos Decrescentes. Do mesmo modo, a oferta de mercado é o somatório das ofertas individuais.
Determinantes da oferta :
1. Tecnologia: A produção computadorizada baixa os custos de produção e aumenta a oferta;
2. Preços dos factores de produção: Cortes nos salários dos trabalhadores da indústria automóvel baixam os custos de produção e aumentam a oferta;
3. Preços de bens relacionados; Se os preços dos camiões baixam, aumentará a oferta de automóveis;
4. Política do Governo: A eliminação de quotas e impostos sobre a importação de automóveis aumentará a oferta de automóveis;
5. Influências Especificas: Se o Governo diminuir as normas relativas ao equipamento de controlo de poluição; a oferta de automóveis aumentará.
Nota: As determinantes da curva da oferta provocam um deslocamento da mesma, o preço é o único elemento que provoca o movimento ao longo da curva da oferta.
1.3.4.Equilíbrio de Mercado
Um equilíbrio de mercado representa, um equilíbrio entre os diferentes compradores e vendedores. Tal equilíbrio, se estabelece ao compensar todas as forças que operam na Economia. Contudo, no meio de toda esta confusão, os mercados estão constantemente a resolver O quê, Como e Para quem? O sistema de mercado baseia-se na oferta e na procura para resolver o trio dos problemas económicos: O quê?Como?Para quem?
Equilíbrio entre a Oferta e Procura
Nunca nos devemos esquecer de que, em Economia, as coisas são sempre duplas, tal como as moedas, têm sempre duas faces. Assim devemos juntar a curva da procura e da oferta, o beneficio e o custo, para obter um quadro global: A Cruz Marshalliana. O Equilíbrio de mercado verifica-se com o preço e a quantidade a que as forças da oferta e procura se igualam. Melhor, o preço de equilíbrio ocorre quando a quantidade procurada é igual à quantidade oferecida.
Exemplo: A oferta e procura de Milho Preço Quantidade procurada Quantidade oferecida Situação do mercado Pressão sobre o preço A 5 9 18 Excedente Descida B 4 10 16 Excedente Descida C 3 12 12 Equilíbrio Neutral D 2 15 7 Escassez Subida E 1 20 0 Escassez Subida Efeito Sobre o preço e sobre a quantidade de diferentes deslocações da oferta e da procura Deslocações da oferta e da procura Efeito Sobre o preço e sobre a quantidade Se a procura aumenta A procura desloca-se para a direita Preço aumenta Quantidade aumenta Se a procura diminui A procura desloca-se para a esquerda Preço diminui Quantidade diminui Se a oferta aumenta A oferta desloca-se para a direita Preço diminui Quantidade aumenta Se a oferta diminui A oferta desloca-se para a esquerda Preço aumenta Quantidade diminui
1.3.5.Estruturas de Mercado
As principais estruturas de mercado são as que se apresentam no quadro abaixo: Estrutura No de produtores e grau de diferenciação do produto Sector de Economia onde prevalece Grau de controlo da empresa sobre o preço Métodos de Marketing Concorrência Perfeita Muitos produtores; produtos idênticos Mercados financeiros e produtos agrícolas Nenhum Bolsa de produtos ou mercados tipo leilão Concorrência Imperfeita - Concorrência Monopolística (Muitos vendedores diferenciados) Muitos produtores; muitas diferenças reais ou identificadas no produto Comercio a retalho (piza, cerveja, ...) Algum Publicidade e rivalidade pela qualidade; preços administrativos Oligopólio (Ver Oligopsónio) Poucos produtores, pouca ou nenhuma diferença no produto; poucos produtores; alguma diferenciação dos produtos Siderurgia, química Automóveis, cereais Algum Publicidade e rivalidade pela qualidade; preços administrativos Monopólio (Ver Monopsónio) Um único produtor; produto sem substitutos próximos Serviços locais de telefone, electricidade e gás (Monopólios Naturais) Considerável mas normalmente regulamentado Publicidade e promoção de serviços
Fonte: VALLAUD, Pierre (1989) // Iniciação à Economia, Volume II, Apontamentos Europa América, Apartado8, Portugal.
 Duopólio – Estrutura de Mercado em que existem somente dois vendedores;
 Duopsónio – Estrutura de Mercado em que existem somente dois compradores.

1.4. Visão Global da Macroeconomia
1.4.1.Nota Histórica
Os anos 30, marcaram o despertar da ciência Macroeconómica, fundada por John Maynard Keynes (1883-1946), ao tentar compreender o mecanismo económico que originou a Grande Depressão . Após a 2ª Guerra Mundial, reflectindo tanto o aumento da influ6encia das ideias keynesianas como o medo de uma depressão, o congresso dos EUA, proclamou formalmente a responsabilidade federal pelo desempenho macroeconómico. A provou a Lei de Emprego de 1946, um marco na legislação, que estipulava: “Assim, o Congresso declara que é da responsabilidade política puramente do governo federal, o uso de todos os meios admissíveis e compatíveis com as necessidades e obrigação(...) de promover o emprego, a produção e o poder de compra máximos”. Foi assim, que pela primeira vez, se proclamava o papel do governo na promoção do crescimento do produto e do emprego e na manutenção da estabilidade dos preços.
Objectivos e Instrumentos da Política Macroeconómica
Os instrumentos macroeconómicos são as formas pelas quais, as decisões políticas podem influenciar o ritmo e a direcção da actividade económica.
Objectivos
1. Produto: Nível elevado e crescimento rápido;
2. Emprego: Nível elevado de emprego e desemprego involuntário reduzido;
3. Estabilidade do nível geral de preços ou com aumento suave;
Instrumentos
1. Política Monetária: Controlo da oferta da moeda que afecta as taxas de juro;
2. Política orçamental ou Fiscal: Despesas públicas e impostos;
3. Controlo das Políticas Comerciais (relacoes externas);
4. Politica de rendimentos.
O Produto – refere-se essencialmente do PIB ( Produto Interno Bruto) real; PIB ( Produto Interno Bruto)
O PIB é a medida mais abrangente do Produto Total de uma Economia, é quantificação do valor de mercado de todos os bens e serviços finais – Farinha de milho, cerveja, automóveis, concertos, viagens de avião, cuidados de saúde, entre outros – produzidos em um país durante um ano. Existem duas formas de determinar o PIB:
1.O PIB nominal – é medido a preços correntes no mercado;
2. O PIR real – é calculado a preços constantes ou invariáveis.
O PIB Potencial, representa a quantidade máxima que a Economia pode produzir, mantendo simultaneamente, uma razoável estabilidade de preços. É também designado por Nível de produto de emprego. Quando a economia está a produzir ou operar no seu potencial, o desemprego é reduzido e a produção elevada.
O PIB Efectivo – é o próprio PIB.
 Deflactor do PIB (DP) = ( a preço do ano base);
Medição do PIB O PIB pode ser medido em três (3) ópticas :
1. Na óptica do rendimento: PIB = S+J+L+R+A
2. Na óptica do Valor Acrescentado Bruto: PIB = VAB = VAB1+VAB2+...+VABn
3. Na óptica do produto: PIB = C+I+G+X
C - Consumo privado, das famílias,
I - Investimento; Acréscimo ao stock de capital, de edifícios, equipamento e existências, que pode ser público ou privado,
G - Gastos o governo, despesas públicas em pontes, estradas, escolas, hospitais, entre outros,
X - Exportações Líquidas, é a diferença entre as exportações e importações.
O Emprego – é medido pela Taxa de desemprego = desempregados/Populacao activa;
Nível de Preços – que é medido pelo IPC ( Índice de Preços do consumidor), que por sua vez determina a inflação ( subida do Nível geral de preços): Inflação = *100%
Ciclos Económicos
A Actividade económica nunca é linear, vezes há em que esta se encontra em alta e vezes há em que a economia se encontra em dificuldades, devido a várias razões. Tais oscilações designam-se ciclos económicos. Determinam se houve aumento ou não, do produto, do rendimento ou do emprego, durante um periíodo de tempo.
Os ciclos conhecidos, cujos nomes provém de seus inventores, que determinaram e isolaram a sua regularidade, são:
 Juglar(1862) – Associado `a Indústria;
 Kitchen(1923) – Associado aos negócios ou comércio;
 Kondratiev(1926) – cinquentenário, é enigmático e mais contestado por causa do tempo, e dos vários factos `a ele associado(Guerras, ouro, ...);
 Kuznets(1930) – Associado `a construcao (civil ou pública).
Exemplo:
No interior da Macroeconomia
Procura e Oferta Agregadas
Usando o mesmo raciocínio das curva micro de procura e oferta, vamos agora, analisar essas curvas mas, no aspecto macro (agregado), para ver como interagem as diferentes forças para determinar a actividade económica global.
A Oferta Agregada (AS), do inglês, Aggregate Supply – refere-se à quantidade total de bens e serviços que as empresas de um país estão dispostas a produzir e a vender num dado período.
A Procura Agregada (AD), do inglês, Aggregate Demand – refere-se à quantidade total que os deferentes sectores da economia estão dispostos a gastar num dado período. É a soma da despesa pelos consumidores, empresas e administração pública .
O Papel do Estado na Economia:
1. Melhorar a eficiência económica;
2. Melhorar a repartição do rendimento;
3. Estabilizar a economia através de políticas macroeconómicas ( Monetária, orçamental ou fiscal)
4. Conduzir a política económica internacional.