segunda-feira, julho 19, 2010

Areias de Chibuto de novo no mercado

O PROJECTO das Areias Pesadas de Chibuto, em Gaza, volta a ser “vendido” a investidores, um ano após a desistência da BHP Billiton. Com efeito, está previsto para os próximos dois meses o lançamento de um concurso público internacional, com vista a apurar novos concessionários para o empreendimento, tido como alavanca para o desenvolvimento daquele distrito e do país, tendo em conta o número de postos de emprego e a contribuição para os cofres do Estado.

Durante vários anos, o projecto de exploração das areias pesadas esteve sob concessão da australiana Corridor Sands, que mais tarde veio a ser adquirida pela BHP Billiton. Depois de vários ensaios, aquela empresa de mineração a maior do mundo, anunciou no ano passado a indisponibilidade tecnológica para a exploração das areias.

Para o efeito, solicitou ao Governo moçambicano um período de dois anos para procurar desenvolver uma tecnologia adequada para a exploração e processamento das areias que, segundo os ensaios, apresentavam um teor de crómio, exigindo, por isso, uma tecnologia diferente daquela que a empresa possuía.

Considerando o período solicitado pela multinacional excessivo, o Governo decidiu cancelar a concessão e procurar novos investidores para a viabilização, o mais rápido possível, do projecto das areias pesadas de Chibuto, tidas como a maior reserva conhecida no mundo.

Em declarações ao nosso jornal, Eduardo Alexandre, director nacional de Minas, não avançou detalhes sobre o novo concurso, mas confirmou que uma consultoria solicitada pelo Governo moçambicano confirmou a existência de um teor de crómio nas areias pesadas de Chibuto, o que exige uma tecnologia de processamento diferente daquela que é usada, por exemplo, num projecto similar em Moma.

Acrescentou que, neste momento, decorrem preparativos para o lançamento do concurso público, o que em princípio deve ocorrer dentro dos próximos 60 dias.

O novo concurso representa, quer para as autoridades de Gaza, quer para a população no geral, uma nova janela de esperança para a viabilização de um projecto que se acredita poder vir a impulsionar o desenvolvimento sócioeconómico daquela região do país e não só.

É que na anterior concepção, a implementação do projecto de exploração das areias pesadas de Chibuto requeria um investimento de mais de mil milhões de dólares norte-americanos. Esperava-se que na sua fase de construção pudesse empregar cerca de 1750 trabalhadores moçambicanos, na sua maioria recrutados localmente e, na fase de laboração, criaria 450 postos de trabalho para cidadãos nacionais.

Fonte: Maputo, Segunda-Feira, 19 de Julho de 2010:: Notícias

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