quarta-feira, agosto 11, 2010

Jovens queixam-se de exclusão na tomada de decisões

Maputo (Canalmoz) – O presidente do Conselho Nacional da Juventude, Osvaldo Petersburgo, considera que o Governo ignora as recomendações dos jovens sobre vários problemas que os apoquentam, como o desemprego e a habitação. De igual modo, refere que alguns governantes, nos encontros com os jovens, fingem estar a tomar nota das preocupações levadas com vista à sua resolução, mas depois elas terminam nas gavetas.

Osvaldo Petersburgo fez estas afirmações ontem, em Maputo, numa reunião de avaliação do cumprimento das recomendações emanadas pelos jovens no âmbito do Plano de Acção para Redução da Pobreza Absoluta (PARPA). O encontro que junta várias associações juvenis do país, enquadra-se no âmbito da semana internacional da juventude, cujas celebrações ocorrem a 12 de Agosto de cada ano.

O presidente daquela agremiação, disse ainda que no caso de algumas recomendações que o executivo leva a peito, depois transforma as suas iniciativas no Plano Quinquenal do Governo. O que é negativo nesse aspecto, na opinião dos jovens, é que as mesmas recomendações, quando transformadas em algo palpável não mais beneficiam aos jovens, mas, sim, os políticos.
Em vários países, constata Petersburgo, os jovens pouco contribuem na elaboração do PARPA, porque os governos, nos seus habituais encontros com esta camada social, “não nos querem dar ouvidos, facto que nos desmotiva”.
Petersburgo disse igualmente que os jovens andam insatisfeitos pelo facto de as suas opiniões serem pouco reflectidas na produção do PARPA como instrumento de redução de um mal que os inquieta: a pobreza. Ele apelou para que os jovens não se escondam em agenda pré-definidas como forma de ultrapassar as dificuldades que encaram.

Créditos bonificados para aquisição de habitação

A juventude reclama também créditos bonificados de modo a adquirir habitação. Outro anseio deste grupo é que a política de habitação esteja em consonância com a realidade do país, cobrindo, desta feita, os jovens sem meios suficientes para comprar ou construir uma casa.
Policarpo Tamele, presidente da Aro-Moçambique, uma agremiação para assuntos juvenis, defendeu no encontro de ontem a necessidade de os preços praticados na venda de casas serem acessíveis para que “o cidadão que recebe um salário mínimo tenha poder para comprar”.

Para aquele dirigente associativo, antes de avançar com a política de habitação, o Governo deve garantir, primeiro, o emprego para os jovens, alegadamente, porque para comprar casa é preciso ter dinheiro. Apelou ainda para que os jovens não esperem que o Governo faça tudo por eles. “Devem procurar meios de criar auto-emprego”, aconselhou.

Para defender os interesses da sua agremiação, Tamele tentou sugerir algumas fórmulas de criar tal auto emprego: é preciso que a juventude lute para que os seus direitos sejam reconhecidos, organizando-se em associações e de outras formas. Considera que com à juventude espalhada, não será fácil para os governantes partilharem a riqueza com os jovens.

Fonte: Canalmoz(António Frades) 2010-08-11 07:14:00

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